Este blog tem por finalidade promover a discussão, troca de experiências e suporte para os professores de Geografia da Rede Municipal de São Vicente e demais interessados.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A abordagem do IDH brasileiro

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma média obtida para se estabelecer o padrão de vida de um determinado lugar. Esse tema é bastante comum nos meios de comunicação, no entanto, muitos desconhecem os critérios utilizados para se calculá-lo. Nesse sentido, a escola se torna o ambiente ideal para uma abordagem crítica desse indicador social.

Inicie o conteúdo explicando que o IDH é um indicador de desenvolvimento social que foi elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU) por meio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Em seguida, elucide que a média varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1 maior o IDH de um determinado lugar. Posteriormente, demonstre a metodologia utilizada na análise dos três critérios elementares para a obtenção da média de IDH: Produto Interno Bruto (PIB) per capita, escolaridade e nível de saúde.

Após a abordagem metodológica, cite a média de IDH do Brasil (0,813) e a sua posição no ranking mundial (75° lugar). Essa média é considerada alta pela ONU. Porém, é preciso esclarecer que o país apresenta vários problemas de ordem socioeconômica, havendo grandes disparidades no território nacional. Para comprovar essa afirmação, forme grupos (até três pessoas) e mostre o ranking de IDH dos estados brasileiros.


1° Distrito Federal: 0,874 (Centro-Oeste).
2° Santa Catarina: 0,840 (Sul).
3° São Paulo: 0,833 (Sudeste).
4° Rio de Janeiro: 0,832 (Sudeste).
5° Rio Grande do Sul: 0,832 (Sul).
6° Paraná: 0,820 (Sul).
7° Espírito Santo: 0,802 (Sudeste).
8° Mato Grosso do Sul: 0,802 (Centro-Oeste).
9° Goiás: 0,800 (Centro-Oeste).
10° Minas Gerais: 0,800 (Sudeste).
11° Mato Grosso: 0,796 (Centro-Oeste).
12° Amapá: 0,780 (Norte).
13° Amazonas: 0,780 (Norte).
14° Rondônia: 0,756 (Norte).
15° Tocantins: 0,756 (Norte).
16° Pará: 0,755 (Norte).
17° Acre: 0,751 (Norte).
18° Roraima: 0,750 (Norte).
19° Bahia: 0,742 (Nordeste).
20° Sergipe: 0,742 (Nordeste).
21° Rio Grande do Norte: 0,738 (Nordeste)
22° Ceará: 0,723 (Nordeste).
23° Pernambuco: 0,718 (Nordeste).
24° Paraíba: 0,718 (Nordeste).
25° Piauí: 0,703 (Nordeste).
26° Maranhão – 0,683 (Nordeste).
27° Alagoas – 0,677 (Nordeste).

Através da análise do ranking nacional de IDH podemos detectar as desigualdades entre as Regiões do Brasil, onde o Sul e o Sudeste ocupam as primeiras posições; e as últimas são ocupadas exclusivamente por unidades federativas do Nordeste. É preciso destacar que existem bolsões de pobreza em todos os estados e, apesar de Santa Catarina, por exemplo, apresentar a segunda melhor média, isso não quer dizer que esse estado esteja totalmente isento de problemas socioeconômicos; ou que em Alagoas (último colocado) não existam pessoas com alto poder aquisitivo. Nesse momento, elucide que durante o cálculo do IDH ocorre a obtenção de uma média, desprezando, portanto, as particularidades, havendo a homogeneização dos habitantes.

Com o intuito de despertar o senso crítico dos estudantes, propomos a análise da tira elaborada por LILA (obtida em:
www.panoramablogmario.blogger.com.br/IDH_lila.jpg):

Solicite a realização de um debate questionando os critérios utilizados para o cálculo do IDH, a média brasileira, as disparidades socioeconômicas entre os estados do Brasil, além da tirinha, em que é possível explorar a pobreza no país, a desigualdade social, a exclusão e a grande quantidade de impostos cobrados.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A abordagem do Oriente Médio


O Oriente Médio é uma subdivisão do continente asiático. Essa região possui extensão territorial de mais de 6,8 milhões de quilômetros quadrados, com população estimada de 260 milhões de habitantes. É composta por 15 países: Arábia Saudita, Bahrain, Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Síria, Turquia.

Ao abordar essa área do planeta, é imprescindível a utilização do mapa-múndi, pois é através dele que os alunos terão a noção exata da localização e os países integrantes do Oriente Médio. Pergunte aos estudantes o que eles conhecem dessa porção terrestre. Provavelmente eles irão responder sobre os conflitos e a produção de petróleo. Aproveite esse momento para abordar as guerras no Oriente Médio, destacando o conflito árabe-israelense.

Elucide que esse subcontinente é o berço das três principais religiões monoteístas: o Islamismo, o Cristianismo e o Judaísmo. Destaque que a cidade de Jerusalém é um local sagrado para essas três religiões. Sua importância para o Islamismo se deve por ela abrigar o Domo da Rocha (de onde Maomé subiu aos céus); Cristianismo: Igreja do Santo Sepulcro (local tradicional da crucificação, do enterro e da ressurreição de Jesus Cristo); Judaísmo – Muro das Lamentações, parte do Segundo Templo, é o local mais sagrado de todos.

Em seguida, explique que essa diversidade religiosa é um dos principais motivos para o desencadeamento de conflitos na região. Aborde outros fatores agravantes, tais como: a dependência de água de países vizinhos; lutas por territórios com recursos minerais, sobretudo o petróleo; situação no contexto geopolítico mundial; formação inadequada de fronteiras. Destaque as guerras provocadas pela instalação do Estado judeu de Israel, enfatizando os conflitos com os palestinos.

Após essa contextualização, proponha a formação de grupos (até 4 pessoas) e entregue um mapa do Oriente Médio (sem a identificação dos países) para cada equipe.
Cada grupo deverá realizar uma abordagem do Oriente Médio, pesquisando os aspectos físicos, sociais, culturais, religiosos, econômicos (principalmente a produção de petróleo), conflitos, a cidade de Jerusalém, entre outros elementos pertinentes.

A pesquisa deve ser entregue juntamente com o mapa do Oriente Médio pintado e com a identificação de cada país.


Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A utilização de mapas no ensino de Geografia

A incidência de casos de analfabetismo geográfico é facilmente notada, isso quer dizer que muitas pessoas não sabem se orientar, não tem noção das direções leste, oeste, norte e sul, além disso, não conseguem situar-se em nível regional ou global.

Esse problema está ligado especificamente à Geografia, uma vez que essa ciência é a que mais usa a cartografia e deve oferecer possibilidades de aprendizagem no estudo de mapas. Cartografia é uma ferramenta freqüentemente usada na Geografia, é de grande valia no estudo de diversos temas, tais como vegetação, clima, relevo ou qualquer assunto relacionado às questões ambientais, além de abordar a realidade humana com todas as suas relações.

A partir da observação de mapas é possível instituir comparações, conhecer dados e realidades inerentes a um determinado assunto, em um mapa pode ser desenvolvida uma leitura ou a interpretação dos dados contidos no mesmo, extraindo localização, escala, fonte, legenda, o que possibilita a estruturação de um conceito abrangente sobre um tema.

O uso do mapa deve fazer parte de todas as aulas de Geografia, para que assim o aluno tenha contato diário com a cartografia e suas produções. O aprendizado nesse contexto pode ter início ainda nas primeiras séries de estudo, logicamente com uma abordagem coerente com a idade promovida através de jogos e brincadeiras.

Entretanto cabe ao professor o papel de refletir a respeito do desenvolvimento cognitivo de seus alunos e se diagnosticar problemas iniciar as atividades com mapas pelo processo de Alfabetização Cartográfica, que segundo Maria Helena Simieli: “Consiste no processo de ensino/aprendizagem para que a pessoa consiga compreender todas as informações contidas no mapa”.

“É na escola que os conceitos cartográficos devem ser ensinados”.

Sendo a escola o espaço em que o indivíduo é alfabetizado e aprende os cálculos aritméticos, é, portanto, nesse espaço que deve-se dar o ensino da Cartografia, para que assim possamos formar indivíduos que tenham pleno domínio do espaço em que vivem e dessa forma, poder agir transformando-o de forma crítica e consciente.

Deste modo, é de suma importância o trabalho do professor de Geografia com os mapas em sala de aula.

Esta semana inicio o meu ciclo de HTPC´s a respeito da temática Alfabetização Cartográfica, aos professores que necessitarem de materiais para oficinas e ideias de práticas, estarei postando ao longo do mês algumas estratégias para trabalhar com os alunos em sala de aula.

sábado, 11 de setembro de 2010

Pesquisa de Campo - Análise de rio poluído


As escolas urbanas, especialmente das grandes cidades, convivem com a presença da poluição (ar, água, visual, sonora, etc.). Os rios que cortam os centros urbanos são bastante poluídos, por isso é bom realizar um trabalho de visitação a esses lugares, de maneira que os alunos percebam de perto os problemas ambientais.

Para a realização desse tipo de trabalho, escolha o rio mais próximo da instituição escolar, crie grupos constituídos por três alunos e coloque os mesmos para identificar a condição ambiental do rio. Para isso, o professor deve disponibilizar um roteiro de questionamento, como por exemplo:

• Localizar o rio ou córrego mais próximo da escola e pesquisar informações acerca da extensão do mesmo e os outros municípios que são cortados por ele.

• Identificar a configuração do regime do rio e a qual bacia hidrográfica ele integra.

• Analisar por meio de mapas o que se encontra nas vertentes do rio, tais como casas, áreas agrícolas, indústrias.

• Verificar como o rio está sendo utilizado (irrigação, abastecimento urbano, lazer, produção de energia elétrica etc.).

• Caminhar às margens do rio e anotar aspectos das condições da cobertura vegetal da mata ciliar, além de enumerar as diversas formas de poluições existentes. Propor possíveis soluções para os problemas.

Para a conclusão do trabalho, fotografe e contextualize todas as informações coletadas na visita e depois compartilhe com a turma.

Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia

Oficina do Meio Ambiente


A escola é um dos locais responsáveis pela formação dos alunos, sendo de fundamental importância abordar assuntos diversificados, tais como: drogas, conhecimentos gerais, violência, meio ambiente, entre outros.

As questões relacionadas ao meio ambiente estão diariamente em pauta nos meios de comunicação, muitas vezes abordadas de forma a responsabilizar os países pela poluição e aquecimento global. No entanto, a preservação ambiental depende da contribuição de todos os cidadãos, havendo a necessidade de uma conscientização ecológica e atitudes individuais para que possamos atingir a preservação ambiental em escala global. Nesse contexto, a escola deve possibilitar espaços para a realização de atividades que promovam a Educação Ambiental.

A Oficina do Meio Ambiente tem como objetivo a implementação de medidas que assegurem a preservação ambiental e conscientização das pessoas. Deverá ser formada por uma equipe multidisciplinar para a estruturação de um ambiente e realização das atividades.

O professor deverá propor atividades com a utilização de revistas, jornais, músicas, vídeos, entre outros recursos didáticos, tendo como objetivo despertar a atenção dos alunos e tornar o processo de ensino-aprendizagem mais interessante. É de fundamental importância ressaltar que os alunos são agentes participativos no processo de preservação do meio ambiente, sendo eles, os responsáveis pela manutenção dos recursos naturais.

Durante as aulas na Oficina do Meio Ambiente, o educador deverá utilizar-se de metodologias que sensibilizem os educados quanto à importância da preservação da natureza; motivar os alunos a participarem ativamente das atividades educativas; organizar campanhas de conscientização ambiental; fazer com que os alunos sejam agentes multiplicadores, entre outras atitudes que pautem pela preservação do meio ambiente.

As atividades realizadas devem ser desenvolvidas com a utilização de reportagens de jornais e revistas que retratem sobre a agressão ao meio ambiente. Apresente o documentário Ilha das Fores (ler o texto – Documentário Ilha das Flores – Brasil Escola) e proponha um debate sobre o mesmo. Trabalhe também com materiais de áudio, explorando durante as aulas, a música Terra- Planeta Água, do cantor e compositor Guilherme Arantes. Promova a coleta seletiva na escola e a construção de objetos através da reutilização de materiais. É muito importante debater com os alunos possíveis atitudes para a preservação ambiental.

Torne a Oficina do Meio Ambiente um local agradável, onde os alunos se sintam à vontade para debaterem e sugerirem atividades que envolvam a Educação Ambiental, pois essa metodologia facilitará o processo de conscientização do educando e do educador.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola